Preserva essa coluna, Adolzinho. Você ainda tem dezenas de jogos pela frente...
Ys é uma franquia de jogos action-rpg que conta a história de Adol Christin,
um aventureiro andarilho que vive de explorar o mundo e sempre acaba se metendo em altas confusões (o jargão é inevitável)
e precisa salvar o dia.
O que parece ser apenas mais uma franquia desconhecida ou indie, na verdade, carrega um grande legado.
Ela tem quase 40 anos de vida, tendo jogos lançados para a maioria dos consoles e computadores disponíveis no mercado.
Dentre muitos lançamentos, ports e remakes, irei falar do que zerei mais recentemente, Ys - Memories of Celceta,
que também terá a honra de estrear uma possível série de resenhas de jogos, filmes, livros e demais fontes de entretenimento
que eu consumir e tiver impressões o suficiente para escrever um texto sobre.
Enfim, vamos ver até onde essa brincadeira vai!
Antes de falar da história, eu preciso falar rapidamente do ponto mais forte de toda a franquia: a música.
Com arranjos enérgicos guiados por rock e instrumentos clássicos, a trilha sonora vai carregar sua experiência nas costas até nos momentos mais maçantes do jogo.
Agora sim, a história. Ela começa com um Adol caminhando atordoado pelas ruas da cidade de Casnan.
Aparentemente, nosso herói está sofrendo de amnésia e mal se lembra do seu nome ou de como foi parar na cidade.
Com a ajuda de seu recente companheiro Duren, eles partem em uma jornada pela Floresta de Celceta com dois objetivos:
um é mapear a vasta floresta repleta de monstros em troca de uma boa grana do governo porque heróis também precisam pagar contas;
outro é recuperar as memórias de Adol conforme exploram a floresta, se relembrando de acontecimentos pré-amnésia em locais específicos.
Como toda boa trama, nós sabemos que a história irá muito além disso e descobriremos os mistérios que a
Floresta de Celceta esconde e, principalmente, o que Adol estava fazendo antes de perder suas memórias,
uma vez que sua recepção nos vilarejos que (re)visita não é nada calorosa...
Quanto a jogabilidade, você controla um trio de personagens pelo mapa que possui armas de diferentes tipos de dano: corte, perfuração e contusão.
Cada monstro é vulnerável ou resistente a um tipo e cabe ao jogador escolher o personagem ideal para confrontá-los.
Você também conta com a execução de habilidades especiais que se aprimoram conforme as usa com frequência,
além de mecânicas de refinamentos de equipamentos e sintetização de acessórios.
O único ponto baixo foi a falta de atenção do grupo em momentos críticos da história. Em um certo momento na trama,
nós precisamos recuperar um artefato que havia caído na mão dos vilões. Ao derrotar um dos vilões manipulados,
tirar o artefato de sua posse e fazê-lo voltar ao nosso lado, o grupo relaxa e temos uma conversa emotiva...
enquanto o tal artefato ainda está jogado lá no chão! Quando se dão conta, um outro vilão ainda mais perigoso se apossa do artefato e foge com ele,
causando mais horas de jogo e sofrimento.
Depois de tanta lore e luta, um deslize desses por personagens experientes naquela altura do campeonato é inadmissível.
É nessa hora que o mestre de RPG lambe os beiços para colocar o monstro mais carrasco na mesa.
Exageros da minha parte, a minha experiência foi muito positiva. Mesmo com sua simplicidade,
Ys é uma franquia cativante e, quando me dei conta, já havia jogado quase todos os lançamentos, dos anos 80 aos 2010.
Proporcionalmente, acho que joguei mais Ys do que qualquer outra franquia consagrada de múltiplos lançamentos, como Mario, Zelda e Pokémon.
Muitos consideram Ys Origin e Ys VIII — Lacrimosa of Dana as melhores portas de entrada.
Enquanto um conta a história do começo de tudo, séculos antes de Adol nascer, o outro é uma entrada mais moderna e o favorito dos fãs.
Porém, eu acrescentaria Ys — Memories of Celceta como uma terceira via. Além de ser o antecessor do YS VIII,
não tendo envelhecido tanto assim, é o único lançamento até então que inclui cutscenes de um Adol criança conversando com seu pai
e com moradores de sua vila natal.
Então, por que não começar pela história que dá algumas explicações de como surgiu a ânsia por aventura do nosso herói?
Preserva essa coluna, Adolzinho. Você ainda tem dezenas de jogos pela frente...
Ys — Memories of Celceta está disponível para PC (Steam), Playstation 4 e PS Vita.
Até a data de publicação desta resenha, também foi anunciado um port para Nintendo Switch ainda em 2025.
Até a próxima o/