Breath of Fire está no meu TOP 3 franquias de jogos da vida. Ele foi o responsável pela minha entrada no universo de jRPGs onde eu habito até hoje. Eu ainda sonho com um retorno glorioso da franquia, ou com um remaster/remake à altura do que ele já foi. Paralelo a isso, faz um tempo que eu tenho o interesse de explorar os anos áureos dos jRPGs - entre o fim dos anos 90 e começo dos anos 2000. Então, para inaugurar essa jornada, o primeiro jogo não poderia ser de outra franquia. Eu já havia jogado o IV, o I e o II, nessa ordem. Logo, o primeiro da fila tinha que ser a obra que faltava na coleção: Breath of Fire III. Assim, além de honrar a franquia que começou isso tudo, eu também poderia fazer o tira-teima da comunidade sobre qual jogo do PlayStation 1 era melhor: o III ou o IV?
Breath of Fire III começa com operários de uma mina detonando um grande cristal com um bebê dragão aprisionado dentro.
Para a surpresa deles, o pequeno dragão ainda está vivo e os ataca instintivamente.
Em um pequeno plot-twist, você não controla os operários na batalha, mas sim o dragão.
Após derrotar os operários, ele foge da mina eliminando todos os que estão no seu caminho.
Ao final da perseguição, exausto, desmaia em um bosque.
Próximo dali, dois amigos, Rei e Teepo, o encontram prestes a ser devorado por lobos.
Porém, o que eles veem não é mais um dragão, e sim de um garotinho de cabelo azul.
Devido a situação vulnerável, a dupla acolhe o menino, que não se lembra de nada a não ser seu nome: Ryu.
Agora, Ryu passa a conviver com Rei e Teepo em todas as suas presepadas para sobreviverem e conseguirem o alimento de cada dia.
Breath of Fire III segue a icônica narrativa de jRPGs: sua primeira missão será algo bobo como fazer pequenos furtos para ter o que comer, até que as coisas vão escalando e sua última missão será impedir o "Fim do Mundo".
No decorrer da história, você conhecerá outros personagens interessantes, como Nina, a princesa de Windia que fugiu do castelo por não suportar a mãe supercontroladora, e Momo, a filha de um renomado engenheiro falecido e que deseja dar continuidade às pesquisas do pai.
O combate é simples: você pode atacar, usar habilidades, bloquear, usar itens ou apenas observar um inimigo.
Observar talvez seja a opção mais interessante.
Ao observar um inimigo, você tem uma chance de aprender as habiliades que eles usam contra você.
Nem todas podem ser aprendidas, mas algumas são bem poderosas e convenientes.
Outra mecânica que ele introduz na franquia é a de "acampamento".
No mapa principal, você pode acampar e ter uma pequena recapitulação da história para saber para onde ir ou ter um breve momento de desenvolvimento de personagem ao conversar com a equipe.
Mas a minha favorita de jRPGs, de longe, é a de "mestres".
Um mestre é um NPC que pode aceitar membros da sua equipe como discípulos, proporcionando buffs (e alguns debuffs) no crescimento dos seus status ao subir de nível.
Além disso, eles podem te ensinar técnicas específicas caso a equipe cumpra determinadas condições, como causar uma quantidade mínima de dano, encontrar uma quantidade mínima de monstros ou de itens, etc.
Breath of Fire III é a culminação de tudo o que Breath of Fire I e II trouxeram de bom para a franquia.
Ryu ainda é o "protagonista silencioso", porém com meu design favorito, com mais cara de protagonista de anime de fantasia medieval.
Nina retorna com a sabedoria e o bom coração, mas com muito mais atitude e carisma.
Deis, outra personagem recorrente embora muitos esqueçam, também está na história e terá um papel importante.
O universo que tornou Breath of Fire único, com suas raças antropomórficas e divindades de moralidade cinzenta, agora tem gráficos e trilha sonora de melhor qualidade.
Agora, posso falar com convicção: o IV é melhor.
Breath of Fire III tem seus méritos.
Porém, mesmo com uma história mais deslocada dos três jogos anteriores, Breath of Fire IV refinou tudo o que Breath of Fire III fez e trouxe uma direção de arte e uma trilha sonora fantásticas, além de um vilão icônico que é lembrado até hoje.
Por fim, um saiu no começo da geração (1997) e o outro no final (2000).
Logo, Breath of Fire IV também tirou proveito do feedback do seu antecessor e de desenvolvedores mais experientes com o hardware do PlayStation 1.
Foi um marco do que o console poderia entregar de melhor no fim do seu ciclo de vida.